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Angola: Polícia angolana trava protesto e detém ativistas

Borralho Ndomba (Luanda) | DW (Deutsche Welle) | Lusa
31 de agosto de 2024

Cerca de duas dezenas de ativistas terão sido detidos este sábado (31.08) em Luanda, Angola, antes do início da manifestação contra a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos.

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A polícia angolana dispersou manifestantes e prendeu pelo menos vários ativistas este sábado (foto de arquivo)
A polícia angolana dispersou manifestantes e prendeu pelo menos vários ativistas este sábado (foto de arquivo)Foto: José Adalberto/DW

Entre os detidos estão os organizadores do protesto, Adilson Manuel, líder da juventude do partido Bloco Democrático, o ativista Matulunga César Kiala e o jornalista da TV Raiar, Paulino Aurélio.

As detenções ocorreram por volta das 10h (hora local), período marcado para a concentração no largo do Cemitério da Santana, em Luanda.

Nas redes sociais, os detidos veicularam um vídeo do momento em que estavam a ser levados pelo carro da polícia.

"Estamos a ser levados pela polícia a um sítio incerto [...] num carro totalmente fechado, não dá para respirar bem", vê-se no vídeo.

A polícia teria dito aos manifestantes que o protesto não estava autorizado e, após 30 minutos,  mandado retirar todo o material, onde se liam palavras de ordem como "Abaixo as Leis que oprimem", "Liberdade aos presos Políticos e "Lutemos por Angola", começando a  deter os jovens. 

Detenção de jornalistas

Segundo a agência de notícias Lusa, este sábado, os agentes quiseram também obrigar os seus jornalistas que faziam a cobertura, e estavam devidamente identificados, a entrar na carrinha policial e a entregar o material fotográfico, o que só não aconteceu devido à intervenção de um graduado. 

Paulino Aurélio, jornalista que também fazia a cobertura, estando identificado como tal, foi forçado a entrar na carrinha com ativistas. 

Numa nota veiculada este sábado, o Bloco Democrático repudiou a ação da polícia angolana e instou as autoridades a apurarem o caso. "O ato constitui mais um abuso de poder e um atentado grave contra os direitos fundamentais", lê-se.

O vice-presidente do Bloco Democrático e um advogado estão em busca do paradeiro dos ativistas.

Entre os detidos está um dos organizadores do protesto, Adilson Manuel, líder da juventude do partido Bloco Democrático
Entre os detidos está um dos organizadores do protesto, Adilson Manuel, líder da juventude do partido Bloco DemocráticoFoto: Borralho Ndomba/DW

Lei dos Crimes de Vandalismo

A marcha foi convocada por um movimento social contra a referida Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, e congrega várias associações cívicas e políticas.

Aprovada na última quinta-feira com abstenção do grupo parlamentar da UNITA, a proposta da lei prevê, entre outros, pena de até 15 anos aos que "financiarem e ou impulsionarem atividades de vandalismo de bens ou serviços públicos".

Mas o grupo contra a sua aprovação entende que as normas da nova lei visam restringir os direitos fundamentais dos cidadãos.

Alguns analistas também consideram que a nova lei do vandalismo é suscetível de restringir direitos fundamentais consagrados na Constituição.

(em atualização)

 

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