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Angola: Futura fábrica de fertilizantes entusiasma Governo

José Adalberto
7 de agosto de 2024

Angola deixará de importar fertilizantes? Na província do Zaire, está em construção uma grande fábrica. Governo espera impulsar agricultura. Engenheiro agrónomo diz que é preciso mais para a autossuficiência alimentar.

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Foto ilustrativa
Foto: picture alliance/Design Pics/Remsberg Inc

Os responsáveis pelo Complexo de Fertilizantes do Soyo dizem que este será o primeiro passo rumo à autossuficiência alimentar em Angola. 

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás destaca que este é um projeto a pensar no futuro: "Produzir fertilizantes em Angola é uma questão de soberania e de segurança alimentar. Não devemos subestimar a nossa capacidade e foco de fazer e de lutar pela nossa autossuficiência", diz Diamantino Azevedo.

Com esta fábrica, Angola deixaria de ter de importar grande parte dos fertilizantes que precisa, a avaliar pelas projeções oficiais. Os responsáveis preveem uma capacidade de produção anual de 3,8 milhões de toneladas de fertilizantes enquanto, atualmente, Angola precisa apenas de 800 mil toneladas por ano.

A produção deverá arrancar em 2027.

Fertilizantes para os agricultores locais

Agostinho Kapaia, presidente do conselho de administração da OPAIA, uma das empresas que detém o Complexo de Fertilizantes do Soyo, garante que o fornecimento às comunidades agrícolas angolanas está assegurado.

Empresário angolano Agostinho Kapaia
Empresário angolano Agostinho KapaiaFoto: J. Adalberto/DW

20% do financiamento global do projeto foi garantido pelo Governo angolano, para poder abastecer o mercado interno: "Estamos a falar de cerca de 300 mil toneladas que vão ficar para o mercado angolano", explicou o responsável.

São números que entusiasmam o engenheiro agrónomo Santos Quizembe. O especialista acredita que a produção local de fertilizantes pode ajudar a reduzir os preços.

"Para os nossos agricultores, será um passo importante para poderem aumentar a produção e a produtividade, principalmente na agricultura familiar", afirma Quizembe.

É preciso mais

O engenheiro agrónomo alerta, no entanto, que só a aposta em fertilizantes não chega. Será necessário investir mais em setores complementares.

"Estamos agora a resolver o problema dos fertilizantes, mas também temos de resolver outros relacionados com o aumento do rendimento", adverte Santos Quizembe.

Futuro Complexo de Fertilizantes do Soyo, em construção na província angolana do Zaire
Futuro Complexo de Fertilizantes do Soyo, em construção na província angolana do ZaireFoto: J. Adalberto/DW

Seria necessário investir mais "na assistência técnica, um aspeto fundamental; sementes de qualidade são outro aspeto fundamental, além dos meios de produção. É uma cadeia."

O Banco Africano de Exportação e Importação "Afreximbank" financia o Complexo de Fertilizantes do Soyo com 1,2 mil milhões de euros.

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