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Bloco Democrático quer coligação eleitoral antes de 2027

2 de agosto de 2024

Tirar o MPLA do poder continua a ser o grande objetivo do BD. E é por isso que o partido diz que vai continuar a pertencer à Frente Patriótica Unida em conjunto com a UNITA, o PRA-JA e membros da sociedade civil.

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Portugal Lissabon | Pressekonferenz - Leiter der United Patriotic Front (FPU)
Foto: João Carlos/DW

O Bloco Democrático (BD) diz que a aliança de todos estes movimentos da oposição é firme. E rejeita boatos de que estaria prestes a sair da plataforma. Pelo contrário, conjetura até que a Frente Patriótica Unida (FPU) evolua para uma coligação eleitoral.

Sair da Frente Patriótica Unida (FPU) não é opção para o Bloco Democrático, diz o secretário-geral do partido.

Mwata Sebastião considera que a melhor forma de derrotar o partido no poder, o MPLA, nas próximas eleições, em 2027, é unindo forças políticas, através da FPU: "Ela é hoje a via mais segura para a alternância política em Angola. Para o Bloco Democrático não há razões para sair da FPU."

A questão da possível saída do Bloco Democrático da Frente Patriótica Unida foi levantada recentemente nos corredores políticos em Angola. O motivo é o seguinte: como o Bloco Democrático não participou oficialmente nas eleições de 2022 (só alguns dos seus membros entraram pela lista da UNITA), na próxima votação correria o risco de ser extinto, se não voltar a constar no boletim de voto.

Nelson Pestana, vice-presidente do Bloco Democrático
Nelson Pestana, vice-presidente do Bloco DemocráticoFoto: privat

FPU pode evoluir para coligação política?

A lei angolana sobre os partidos políticos é clara nesse ponto: "Há lugar à extinção do partido político" se "não participar, por duas vezes consecutivas, isoladamente ou em coligação, em qualquer eleição legislativa ou autárquica, com programa eleitoral e candidatos próprios".

Tendo isto em conta, Nelson Pestana, vice-presidente do Bloco Democrático, diz que a resposta é óbvia: A Frente Patriótica Unida deve consolidar os laços e evoluir para uma coligação eleitoral, comenta Pestana em declarações à DW.

"É uma necessidade, não é uma imposição do Bloco Democrático. É uma necessidade do movimento de unidade pela alternância democrática", sublinha. 

Será que todos na FPU concordariam com a ideia? Até agora, mais nenhum membro da Frente Patriótica se pronunciou sobre essa possível evolução para uma coligação.

Egoísmo no FPU?

Mas Nelson Pestana deixa um aviso aos parceiros da FPU: "Não aceitamos que, desta vez, sejamos nós novamente os sacrificados com uma possível extinção, porque outros querem defender egoisticamente o seu interesse partidário."

O analista angolano Agostinho Canando acredita que os parceiros da Frente Patriótica Unida conseguirão chegar a um consenso antes das eleições de 2027. A coesão da FPU será vital, não só para o Bloco Democrático como também para o movimento da oposição como um todo, refere Canando.

"Todos esses partidos que fazem parte da Frente Patriótica Unida têm um único objetivo republicano: retirar o MPLA do poder para que possa entrar a Frente Patriótica Unida. Depois, resolvem-se os problemas internamente", recorda o analista.

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