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ConflitosAlemanha

Alemanha continuará a ajudar a Ucrânia apesar de poupanças

ms | AP | Lusa | Reuters
19 de agosto de 2024

O Governo alemão prometeu hoje "total empenho" no apoio militar à Ucrânia, apesar da intenção de reduzir as despesas orçamentais com Kiev em 2025, que deverão ser compensadas pelo rendimento dos ativos russos congelados.

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Olaf Scholz (à esquerda) e Volodymyr Zelensky (à direita)
Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, e Volodymyr Zelensky, Presidente da UcrâniaFoto: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS/AFP

"A Alemanha continua absolutamente empenhada e a palavra do chanceler [Olaf Scholz] continua a ser válida: o apoio à Ucrânia será mantido enquanto for necessário e ninguém, sobretudo o Presidente russo, pode esperar que desistamos", disse aos jornalistas, em Berlim, o porta-voz do Governo alemão, Wolfgang Büchner, citado pela agência AP.

Büchner reagia às notícias publicadas no fim de semana de que a Alemanha - o segundo maior contribuinte na ajuda à Ucrânia depois dos Estados Unidos - se prepara para efetuar cortes na ajuda a Kiev. "Os artigos que sugerem que estamos a cortar na ajuda são imprecisos", disse o porta-voz.

Segundo a proposta de Orçamento de Estado para 2025, o Governo alemão, liderado pelo social-democrata Olaf Scholz, tenciona reduzir para metade a ajuda militar à Ucrânia.

De acordo com a imprensa alemã, o Governo previu para o próximo ano 4 mil milhões de euros para ajuda militar à Ucrânia, metade do orçamentado para este ano, após tentativas de poupanças orçamentais num contexto de disputa entre os partidos da coligação governamental.

As notícias do fim de semana suscitaram críticas de alguns membros da coligação. O Executivo de Scholz tem-se esforçado por equilibrar as prioridades de três partidos ideologicamente diferentes e produzir orçamentos que cumpram as regras rigorosas que a Alemanha impõe a si própria em matéria de endividamento.

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Lucros de ativos russos congelados

O Governo alemão espera que um pacote de empréstimos internacionais de 50 mil milhões de dólares (cerca de 45 mil milhões de euros), garantido pelos juros produzidos por lucros de ativos russos congelados, alivie parte da pressão do financiamento do apoio militar a Kiev a partir de 2025.

Os ativos russos congelados em todo o mundo devido à invasão da Ucrânia estão avaliados em 300 mil milhões de dólares (mais de 271 mil milhões de euros).

O novo instrumento financeiro foi objeto de um acordo entre os países do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, durante a cimeira que teve lugar em Itália, em junho.

O porta-voz Wolfgang Büchner disse ainda que o mecanismo baseado em ativos russos deverá ser criado "até ao final de 2024".

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Ações no setor da defesa em queda

A notícia de que as restrições orçamentais na Alemanha iriam afetar a ajuda militar à Ucrânia refletiu-se nas ações no setor da defesa alemã, que registaram quedas esta segunda-feira (19.08).

As ações do fabricante de armas Rheinmetall desceram 3% esta manhã, avançou a agência Reuters. As ações da Hensoldt, fabricante de radares para o sistema de defesa aérea IRIS-T, e a Renk, fabricante de caixas de velocidades para tanques, também caíram 6% e 4%, respetivamente.

Um porta-voz da Hensoldt disse à Reuters que a notícia avançada do fim de semana foi "exagerada" e que a empresa não prevê qualquer reação negativa para a sua atividade.

Os planos orçamentais para 2024 e 2025 não foram alterados, disseram fontes governamentais alemãs à mesma agência. A ajuda financeira planeada para a Ucrânia será reduzida para metade, para cerca de 4 mil milhões de euros em 2025, porque os fundos adicionais do plano de empréstimo de 50 mil milhões do G7 deverão estar disponíveis a partir de novembro, explicaram ainda as fontes.

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