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Albinos em Angola continuam a ser discriminados

Adolfo Guerra (Menongue)
13 de junho de 2024

Os albinos em Angola ainda se queixam de discriminação, tanto na sociedade como no mercado de trabalho. No dia internacional da consciencialização do albinismo, pedem mais valorização e cuidados especiais de saúde.

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Crianças albinas em África
Foto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

O jornalista Alfredo Jamba é albino e diz que para pessoas como ele a vidá é fácil quando se tem um salário, caso contrário vive-se um inferno, que vai desde a rejeição até à luta para conseguir comprar produtos para manter a saúde da pele.

"Estamos minimamente bem porque para aquelas pessoas que têm um rendimento de trabalho já é possível minimizar algumas necessidades desde a aquisição de cosméticos fundamentalmente", relata.

Quanto a consultas de rotinas, "temos conseguido suprir as algumas necessidades que nos são exigidas enquanto pessoas que vivemos com albinismo, mas para quem não tem rendimentos os problemas são maiores", diz Jamba.

No âmbito desta contínua batalha, o jornalista apelou ao Governo angolano que não se lembre a situação dos albinos apenas a 13 de junho.

"A discriminação ainda é um fator que enfrentam, a começar pelas famílias. E nós enquanto profissionais de comunicação social temos apelados para que seja ridimidas no seio da família principalmente, sobretudo nas famílias que não têm informações sobre a pessoa portadora de albinismo", diz.

Sem gravar entrevista, a porta-voz da Associação de Apoio aos Albinos de Angola no Cuando Cubango, Andreia Muhito, lista outras dificuldades no serviços de saúde, como dermatologia, oftalmologia e oncologia. Também a taxa de analfabetismo reduz as oportunidades de emprego, para além de serem vítimas de violência doméstica e de fuga à paternidade.

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Depressão e receios de rejeição

De acordo com Muhito, a discriminação chega mesmo a causar depressão. Alguns chegam a pintar o corpo com carvão, para fugir a sua condição, e assim escapar a exclusão. Os pais de crianças albinas receiam que os filhos sejam rejeitados na escola.

Mas há instituições que se batem pelo fim da marginzalização, como o Colégio Pitágoras de Menongue. Segundo Davidson Luhaco, diretor pedagógico da instituição virada para a saúde, "o amor ao próximo é olhar ao outro como se estivesse a olhar para o espelho.

"Nós incluímos todo o mundo e sabemos que na saúde, um bom técnico de saúde, um bom enfermeiro deve tratar o outro como se fosse ele naquela cama", defende.

E neste ambiente de falta de informação sobre o albinismo, Luhaco pede auto-estima: "Primeiramente, são especiais, como todo o mundo é especial, e não se sintam cabisbaixos por pessoas que queiram vos olhar com indiferença", recomenda.

"Devem olhar-se ao espelho e dizer a vida continua e aos que tentam discriminar, que ganhem consciência. O amor ao próximo é a melhor cura de qualquer enfermidade.", conlcui

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