A adversária de Jacob Zuma nas presidenciais é destaque na imprensa alemã
31 de janeiro de 2014
Sociedade e a política sul-africana tiveram bastante destaque na imprensa alemã nesta última semana. O Süddeutsche Zeitung ressaltou a candidatura da ativista Mamphela Ramphele à Presidência da África do Sul.
O nome do principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), desafiará o atual presidente Jacob Zuma. A empresária de 66 anos foi parceira de Steve Biko, um dos símbolos anti-Apartheid, espancado até a morte por policiais, quando estava preso em 1977.
O jornal lembra que, na época, o governo tinha declarado oficialmente que Biko tinha morrido em uma greve de fome. Atual líder da DA, a jornalista Helen Zille, foi quem descobriu a verdade sobre o caso.
Desde então, as duas mulheres estão conectados emocionalmente e politicamente. Ambas macham pela primeira vez em uma campanha eleitoral.
Desta forma a oposição busca legitimidade para disputar o legado de Nelson Mandela junto ao povo sul-africano com o Congresso Nacional Africano, o partido no poder.
Greves
O Neues Deutschland destacou o movimento dos sindicatos dos trabalhadores do setor de mineração na África do Sul que iniciaram uma onda de greves e conecta o movimento com o ano eleitoral. A África do Sul tem as maiores jazidas do metal do mundo.
A platina é usada principalmente na fabricação de automóveis. A exploração de platina na África do Sul se faz mais importante do que a do ouro, com oito por cento do total das exportações do país.
O jornal explica que o movimento se deve ao fato de os trabalhadores vinculareM o sindicato NUM, aliado do ANC, ao período de 20 anos de baixos salários.
Outra organização sindical, o AMCU, assim, acabou ganhando força e mobilizando os trabalhadores para movimentos de resistência ao governo.
"Sensibiliade feminina"
Em outra reportagem abordando temas africanos, o Süddeutsche Zeitung destacou o "tom maternal" de conciliação da presidente do período de transição na República Centro-Africana, a jurista Catherine Samba-Panza, de 59 anos.
Ela assumiu o cargo no final da semana passada e sua inteção de ser a presidente de todos os cidadãos de um país em acentuada crise mereceu espaço na imprensa alemã. A matéria traz títulos para Samba-Panza como "Mãe Coragem" e ressalta a sua "sensibilidade" como mulher.
O mesmo jornal alemão também deu ênfase, nesta semana, a participação europeia no contflito na República Centro-Africana. A matéria intitulada "Europa vai à guerra", de Daniel Brössler, lembra que a ONU aprovou a missão da União Europeia na região.
O objetivo é, juntamente com as forças africanas e francesas, acabar com a matança entre cristãos e muçulmanos. A resolução 2134, aprovada na última Terça-feira (28/1), autorizau a missão a implementar todas as medidas necessárias para proteger os civis.
O clube
O Berliner Zeitung trouxe a matéria de Johannes Dietrich, indicando que o presidente do Madagascar, Henry Martial Rakotoarimanana Rajaonarimampianina, teria feito um plágio do discurso de posse do presidente francês Nicolas Sarkozy. Os coordenadores da campanha do presidente explicaram a repetição do trecho como uma citação normal.
O mesmo jornal traz outra matéria com o título "O clube sobrecarregado". Nesta reportagem, Dietrich faz um panorama sobre como foi a cimeira da União Africana em Addis Abeba. Ele aponta que foi dada ênfase aos conflitos no Sudão do Sul e na República Centro-Africana.
Apesar dos problemas agudos, houve espaço para ressaltar progressos na cimeira dos presidentes. A organização apontou que 10% da população do continente vive em zonas de conflito, um dado festejado pelo presidente da Comissão da União Africana, Ersto Mwencha.