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50 anos: PR destaca projeção externa da Guiné-Bissau

Lusa | Iancuba Dansó (Bissau)
24 de setembro de 2023

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, destacou a projeção externa que o país atingiu e que considerou "uma transformação profunda", no discurso à nação por ocasião dos 50 anos da independência.

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Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco EmbalóFoto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

O chefe de Estado da Guiné-Bissau entende que "a diplomacia guineense alcançou sucessos notáveis, que foram amplamente reconhecidos no seio da comunidade internacional", mas nota que esta projeção externa "foi a mais desvalorizada nas últimas décadas".

"Junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, em África e no mundo, a Guiné-Bissau ganhou visibilidade positiva, alargou o âmbito das suas opções diplomáticas, foi capaz de mostrar utilidade nesse exercício de ‘dar e receber’ que, como é sabido, é próprio de uma diplomacia lúcida e atenta aos interesses nacionais que representa", indicou.

O discurso à nação do presidente chegou em vídeo às colinas do Boé, onde simbolicamente a Assembleia Nacional Popular decidiu voltar este fim de semana para recriar a constituinte que há 50 anos proclamou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau de Portugal.

CEDEAO
Sissoco Embaló recordou que a Guiné-Bissau presidiu, pela primeira vez, à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAOFoto: MICHELE SPATARI AFP via Getty Images

"Novos amigos e novas parcerias"

Umaro Sissoco Embaló decidiu focar o discurso presidencial na imagem externa do país, para realçar a consolidação de relações diplomáticas antigas, o alargamento do âmbito das relações, os “novos amigos” e “novas e promissoras parcerias económicas e culturais”.

O presidente recordou que a Guiné-Bissau presidiu, pela primeira vez, à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e que, dentro de dois anos, vai presidir à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Lembrou ainda a presidência da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária e que a Guiné-Bissau recebeu chefes de Estado e de Governo de muitos países amigos.

“Nos 50 anos da nossa independência, é difícil encontrar um paralelo comparável, um período que tivesse sido diplomaticamente mais fecundo do que este que estamos a considerar, compreendido entre 2020 e 2023”, afirmou.

O chefe de Estado agradeceu aos representantes do corpo diplomático, às organizações internacionais, que têm sido parceiras no esforço para desenvolver a Guiné-Bissau, e endereçou “uma saudação especial” a todos os cidadãos estrangeiros que trabalham ou que escolheram viver no país.

Bissau
"Apesar da situação social e económica difícil, um aniversário da Independência é sempre um dia de alegria, de esperança", ressaltou o PresidenteFoto: Dansó Iancuba/DW

"Dia de esperança"

O Presidente da República começou por dirigir-se aos guineenses a viver no país e na diáspora, a quem disse que, “apesar da situação social e económica difícil, um aniversário da Independência é sempre um dia de alegria, de esperança”.

Sissoco falou da unidade nacional e lembrou o então comandante do Exército Popular de Libertação Nacional e antigo presidente da República Nino Vieira, que proferiu o discurso da independência e “as palavras que ficaram gravadas, para sempre, na história do povo guineense”.

Foi a 24 de setembro de 1973, data que marca a história do país por estar associada também à criação da Assembleia Nacional Popular, à promulgação da primeira Constituição da República e à formação e entrada em funções do primeiro Governo do Estado guineense (o Conselho dos Comissários de Estado).

“Quero dirigir uma palavra de apreço e de homenagem a todos aqueles que deram tudo na resistência à opressão colonial, na luta clandestina anticolonial e na árdua luta armada de libertação nacional que durou mais de dez anos”, declarou.

A mensagem do presidente à nação e as comemorações da Assembleia Nacional Popular no Boé, durante este fim de semana, são o primeiro ato das comemorações dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau que, como frisou o presidente, “vão ter o seu ponto alto no próximo mês de novembro”, do dia 16, com a presença de representantes de vários países.

Guiné-Bissau: Combater a pobreza com caju

Plano para resolver problema do caju

O primeiro-ministro, Geraldo Martins que esteve em Boé, recebeu como oferta das mulheres dessa localidade, em tom de protesto, a castanha de caju, produto de comercialização de maior exportação do país e de rendimento económico para várias famílias guineenses, que este ano rendeu pouco para as populações.

Mas o chefe do Governo, que diz possuir um plano para resolver o problema, promete melhorias já a partir do próximo ano.

"[É preciso] assegurar um preço justo que corresponda às ofertas do mercado internacional, garantir o escoamento rápido da castanha de caju e isso é possível através de um diálogo entre o Governo, o setor privado e os próprios produtores da castanha", disse-

"Os detalhes do plano serão apresentados oportunamente, mas basicamente será esta a nossa intervenção, por isso acreditamos que a campanha vai decorrer bem", concluiu.

 

"A história da Guiné-Bissau orgulha muito os guineenses"

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