Anúncio da criação de uma polícia e reorganização militar
11 de junho de 2015
José Manteigas, porta-voz da V sessão do Conselho Nacional da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), disse esta quinta-feira (11.06) que o quórum reunido na cidade da Beira aprovou a criação, "a bem ou a mal", das autarquias provinciais, incluindo o uso da ala militar do partido, que será redistribuída para responder a eventuais ataques do Governo.
"Todos nós sabemos que a FRELIMO (partido no poder em Moçambique) tem usado a polícia para impor a sua vontade, por via disso a RENAMO porque não pode desaparecer e não deve, irá também criar as suas forças, para autodefender-se nas situações em que for atacada", declarou José Manteigas, recusando a ideia de que estas decisões sejam lidas como uma declaração de guerra.
Reunião do CN da RENAMO termina na sexta-feira
Entretanto, o Conselho Nacional da RENAMO decidiu também estender os trabalhos por mais um dia, até sexta-feira (12.06), para aprofundar o debate sobre a estrutura das autarquias provinciais que pretende criar em Manica, Sofala, Tete, Zambézia (centro) e Niassa e Nampula (norte), como forma de ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado.
Recorde-se que a RENAMO submeteu um anteprojeto de lei ao parlamento, preconizando a criação desta nova figura administrativa, mas a proposta foi rejeitada pela maioria da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique). José Manteigas assegurou que o efetivo militar da RENAMO não será aumentado, porque "já demonstrou nos últimos dois anos em Sadjundjira [Gorongosa] que os homens que tem são muito mais valentes do que o exército que a Frelimo manipula".