1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Medidas para conter a inflação

Leonel Matias/Maputo21 de julho de 2016

A suspensão do IVA consta no rol de medidas que o Governo de Maputo pretende implantar para conter a subida do custo de vida. A inflação anual no país atingiu quase 20%, anunciou o Banco de Moçambique.

https://p.dw.com/p/1JTwM
Foto: Ismael Miquidade

Em Moçambique, o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário anunciou esta quinta-feira (21.07) a suspensão do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) no âmbito de um conjunto de medidas que visam conter a subida do custo de vida no país. Carlos Agostinho do Rosário falava no parlamento durante uma sessão de perguntas ao Governo que decorria desde a quarta feira.

A oposição exigiu explicações ao Governo em relação à subida galopante dos preços dos produtos de primeira necessidade no país.

Dados oficiais indicam que os preços subiram mais de 9% no primeiro semestre. Em junho, a subida atingiu uma média de 19%, quatro vezes mais do que o valor originalmente previsto pelo Governo. Esta quinta-feira (21.07) o Banco de Moçambique aumentou as taxas de juro de referência em três pontos percentuais, considerando que a inflação galopante justifica medidas "muito fortes e inadiáveis".

Reduzir a dependência externa

O primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, disse que o Governo vai prosseguir com as medidas em curso, com destaque para a “suspensão do IVA, direitos aduaneiros e taxa de serviços de manuseamento na importação de bens essenciais, manutenção dos preços de referência dos produtos frescos importados, estabelecimento de mecanismos alternativos para a importação do arroz e trigo, reforço da atividade de inspeção para prevenir situações de especulações de preços”. Acrescentou ainda haver uma necessidade premente de aumentar a produção para reduzir a dependência de importações.

Mosambik Maputo Parlament / Plenary session in Mozambik's Parliament
O parlamento de Moçambique debateu causas e consequências do aumento de custo de vidaFoto: Leonel Matias

Intervindo nos debates, a deputada Abibabá, da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), afirmou: “Neste momento, a maior parte da população já não consegue ter uma refeição condigna com um mínimo de nutrientes, uma vez que o seu poder de compra continua a baixar drasticamente”.

RENAMO responsável pela inflação

O Governo considera que o elevado custo de vida é causado por fatores internos e externos, incluindo as calamidades naturais e os ataques armados da RENAMO.

A bancada da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) apelou ao desarmamento da RENAMO. Segundo o deputado Costa Francisco Chale, vive-se um ambiente de terror, de medo e de incerteza em algumas zonas do país “devido aos ataques dos homens armados da RENAMO. Há famílias que deixaram de ter acesso às suas machambas. Quero apelar à RENAMO para abandonar o espírito belicista e juntar-se aos esforços para a busca de uma paz efetiva que é o bem comum para os moçambicanos".

A terceira força política do país, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), exigiu um cessar-fogo imediato no conflito acusando um grupo de tentar conquistar o poder pela força e o outro de tentar manter-se no poder com base na repressão, exclusão e “extermínio” das liberdades moçambicanas.

[No title]

O MDM exigiu ainda o seu envolvimento nos debates das questões nacionais. O deputado Armando Artur comentou: “O epicentro do debate e confronto das ideias políticas é a Assembleia da República composta por três bancadas com legitimidade popular. Basta de procurarmos consensos populares nacionais por vias não consensuais e excludentes”.

Saltar a secção Mais sobre este tema