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Profissionais de saúde: "Não abrimos mão do reenquadramento"

25 de agosto de 2023

Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique afirma que só pretendem voltar ao trabalho quando o Governo melhorar as condições nos hospitais e ajustar os salários, entre outras exigências.

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Mosambik Cholera-Behandlung in Chimoio
Foto: Bernardo Jequete/DW

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) suspendeu os serviços mínimos que prestava nos hospitais públicos e continua a greve iniciada no passado domingo (20.08), ao contrário dos médicos que suspenderam a paralisação até 2 de outubro.

Em entrevista à DW, o presidente da organização, Anselmo Muchave, diz que o diálogo com o Governo continua, mas as reivindicações dos profissionais de saúde ainda não foram atendidas.

Muchave afirma ainda que só pretendem voltar à ativa quando o Executivo melhorar as condições de trabalho nos hospitais e ajustar os salários, entre outras exigências.

DW África: Porque decidiram suspender os serviços mínimos nos hospitais públicos?

Anselmo Muchave (AM): Essa suspensão deveu-se à retoma da classe médica [que paralisou a greve]. Porque, na realidade, eram os médicos que estavam fora das unidades sanitárias e nós não podíamos deixá-las sem ninguém. Então, agora que ele retomaram às unidades sanitárias, decidimos suspender para que eles pudessem ter os serviços mínimos.

Anselmo Muchave:"Estamos insatisfeitos com a falta de concretização dos acordos por parte do Governo"
Anselmo Muchave:"Estamos insatisfeitos com a falta de concretização dos acordos por parte do Governo"Foto: Romeu da Silva /DW

DW África: Os médicos dizem que houve uma luz ao fundo do túnel nas conversações com o Governo. Mas para a Associação dos Profissionais de Saúde, isso não aconteceu. Ou seja, não houve resposta às vossas reivindicações?

AM: Ainda continuamos a dialogar com o Governo. Falta a concretização dos acordos que temos com o Governo. Acordos traçados no dia 17 de junho de 2023.

DW África: E o que dizem esses acordos?

AM: Os acordos estipulavam que o Governo iria implementar e executar a Tabela Salarial Única (TSU), além de alguns acordos no que toca à expansão das zonas de armazéns de medicamentos, das unidades sanitárias, para haver o melhoramento das unidades sanitárias e a falta dos medicamentos. Ou seja, acordos que não foram concretizados dentro dos 60 dias que o Governo pediu no dia 17 de junho.

DW África: Portanto estão insatisfeitos com a resposta do Governo às vossas reivindicações…

AM: Estamos insatisfeitos com a falta de concretização dos acordos porque o Governo pediu algo e não concretizou, mas que muito fere a vida normal dos profissionais de saúde pública que esperavam que, neste mês de agosto, iriam auferir novos salários.

DW África: Só vão voltar ao trabalho quando todas estas reivindicações forem atendidas?

AM: Vai depender mais do Governo. Existem coisas que não precisam tanto de dinheiro, mas sim da vontade do Governo. Estamos a falar, por exemplo, da expansão das unidades sanitárias. O que também não abrirmos mão é da concretização da implementação do reenquadramento dos profissionais de saúde. E, como profissionais de saúde, não abrimos mão porque o Governo comprometeu-se a cumprir, em 60 dias, esses pontos, mas esse prazo terminou no dia 19 de agosto.

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