Ossufo Momade reconduzido como presidente da RENAMO
17 de maio de 2024Ossufo Momade foi declarado vencedor da eleição com 383 votos, de acordo com dados divulgados pelo partido esta madrugada, num congresso em que foram aceites nove candidaturas à liderança para o novo mandato de cinco anos.
Elias Dhlakama, irmão do líder histórico Afonso Dhlakama, obteve 147 votos e Ivone Soares, deputada e antiga chefe de bancada parlamentar, conseguiu 78 votos.
Alfredo Magumisse, membro da comissão política, obteve 42 votos, André Magibire, antigo secretário-geral, outros 15 votos e Pedro Salvador apenas 2 votos
Ossufo Momade, de 63 anos, foi eleito pela primeira vez após a morte de Afonso Dhlakama e lidera a RENAMO desde 2019.
Agora, a RENAMO terá ainda de clarificar que candidato irá apoiar ao cargo de Presidente da República nas eleições de 9 de outubro, que normalmente é o líder do partido.
Três desistências
Na quinta-feira (16.05) à noite, três dos candidatos, Hermínio Morais, membro da comissão política, Juliano Picardo, presidente do conselho provincial de Tete, e Anselmo Vitor, chefe do departamento de formação, acabaram por desistir da corrida, anunciando o apoio a Ossufo Momade.
O congresso ficou marcado pela exclusão da candidatura à liderança de Venâncio Mondlane, deputado e candidato do partido nas eleições autárquicas de outubro de 2023 ao município de Maputo, por não cumprir os requisitos do perfil definido pelos órgãos do partido.
Mondlane ainda recorreu aos tribunais para forçar a inclusão da sua candidatura, mas, apesar de uma providência cautelar que foi aceite pelo tribunal, o congresso não alterou a lista de candidatos submetidos à votação nem permitiu a sua entrada na reunião magna.
Tensão e tumultos
A Unidade de Intervenção Rápida da Polícia de Moçambique (PRM) bloqueou ontem as ruas que dão acesso ao local onde decorre o congresso em Alto Molócuè. O objetivo seria impedir a passagem de Venâncio Mondlane e dos seus apoiantes para o recinto.
Segundo a imprensa local, também o edil da Quelimane, Manuel de Araújo, teve de furar uma barreira montada pela polícia em Alto Molócuè para aceder ao congresso, depois de minutos sem autorização para aceder ao local, onde se registaram tumultos e violência à entrada.
Também jornalistas foram expulsos por elementos do partido do recinto do evento e à entrada registaram-se agressões entre apoiantes.