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Petrobras pode pagar US$ 1,6 bilhão nos EUA por corrupção

18 de agosto de 2015

Multa seria a maior já imposta pelos Estados Unidos num caso de corrupção corporativa. Negociações para um acordo devem levar anos. Recorde atual é da alemã Siemens.

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Rio de Janeiro Brasilien Petrobas Gebäude Hauptquartier
Foto: picture alliance/Demotix

A Petrobras poderá ter de pagar uma multa recorde superior a 1,6 bilhão de dólares para encerrar investigações criminais e civis nos Estados Unidos devido a sua participação num esquema de corrupção, noticia a agência Reuters, que cita como fonte uma pessoa que foi informada por advogados da petrolífera.

O processo para se chegar a um acordo pode levar de dois a três anos, calcula a mesma fonte. Se confirmada, essa pode ser a maior punição já aplicada por autoridades americanas durante uma investigação de corrupção corporativa.

Até hoje, a maior multa paga por corrupção corporativa ao Departamento de Justiça e à Securities and Exchange Commission (comissão que regula o mercado de capitais) envolveu a empresa alemã Siemens, em 2008. Ela foi multada em 800 milhões de dólares por participar de um esquema de pagamento de suborno e teve de pagar o mesmo valor para autoridades alemãs.

A pessoa ouvida pela Reuters avalia que a Petrobras terá que pagar multas tão pesadas quanto ou até mesmo maiores que os 1,6 bilhão de dólares desembolsados pela Siemens nos Estados Unidos e na Alemanha.

Duas outras fontes ligadas à Petrobras também disseram que o acordo resultaria numa multa alta, mas se recusaram a fazer estimativas.

As três fontes não quiseram ser identificadas e advertiram que qualquer estimativa sobre os valores das multas é preliminar neste momento. A estatal brasileira ainda não começou a negociar um acordo com as autoridades americanas. Acredita-se que as investigações ainda estejam na fase inicial.

Os advogados da estatal sustentam que ela foi vítima de corrupção e conluio por empresas de engenharias e outros fornecedores, um grupo de ex-funcionários da empresa, que supostamente receberam ou organizaram os subornos, e políticos brasileiros que se beneficiaram de propinas pagas por fornecedores.

A punição pode ser mais um duro golpe para a estatal brasileira, que viu seu valor de mercado cair para menos de 40 bilhões de dólares, antes os quase 300 bilhões de sete anos atrás.

MP/rtr